segunda-feira, 22 de setembro de 2008

divagando: religião

Em resposta aos comentários do post anterior.

Tentem imaginar comigo. Se relacionarmos as coisas boas do mundo a um Deus, a quem relacionaríamos as coisas ruins? Relacionando as ações erradas das pessoas à uma entidade mística superior, assim como relacionamos as boas ações, como devemos agir nos dias atuais referente à pessoas que jogam crianças pela janela? À pessoas que matam? Que roubam? Devemos reprimi-las – crucificá-las? - ou tratá-las como vítimas da manipulação - portanto não responsáveis por seus atos, como não somos responsáveis pelo bem no mundo(?) - de uma força misteriosa sem nenhuma prova científica?

No entanto, Deus sendo onipresente, onipotênte e onisciênte ele pode, de certa forma, ser responsável por estes atos, mas ninguém se atreve a relacionar a Ele o fato de uma criança ser arrastado por quilômetros preso à um carro. Minhas palavras podem parecer cruéis, as coisas são assim, e elfeminismo pode apenas mascarar tudo e tento exatamente fugir disto.

Acredito que somos diretamente responsáveis por nossos atos, sejam bons ou ruins. Vejo quando faço um favor para alguém e como resposta recebo um "Deus lhe pague” - como assim "Deus lhe pague"? – não que eu queira necessariamente algo em troca por este favor mas gratidão e consideração, alem da absorção deste exemplo, passando a diante para um bem comum. Cabe a cada um aceitar a tarefa de fazer o favor, de acordo com sua trajetória e os exemplos/ensinamentos que presenciou no seu passado. Os fatos não estão num plano sobrenatural, está em nossas mãos. Somos responsáveis pelo mal do mundo, assim como o bom.

Veja nossos exemplos: você, Daniel, esta seguindo sua vida, as coisas estão dando certo contigo. Trabalho, namoro, casa. - fico muito feliz por isso - Comigo não está muito diferente, estou conquistando as coisas que quero, tenho uma ótima namorada, um trabalho que me da boa estabilidade. E pense nos milhares de brasileiros que vivem passando necessidade nas favelas e no nordeste por exemplo, alem de diversas fatalidades que podem ter ocorrido em suas vidas. Essas pessoas podem não ter escolaridade, podem não ter uma boa carga de cultura mas o grau de religiosidade delas não temos como questionar. Porque, teoricamente, funciona conosco e não com elas também?

Vejo, a cada dia, que a religião passa a ser algo cada vez mais fora do contexto atual.

O livro, "Deus, Um Delírio", é dedicado à memória de Douglas Adams (1952-2001) com uma frase de sua autoria:
"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?"

Obs. Interessante esta discussão aqui. Continuem!

2 comentários:

  1. Bom João, este assunto não terá fim mesmo, mas entendo seu ponto de vista, por isso é tão dificil fazer com que você acredite naquilo que não pode ver, você é do tipo "ver para crer".

    Não acredito em algo muito supremo, mas sim em Jesus que fez coisas boas em sua passagem por aqui e sempre desejou que fizessemos tambem. Coisas Ruins são realmente acontecem, ma elas acontecem de uma forma de punição ou orientação para os nossos proximos não cometerem nossos erros...

    ádorei o tema e parabens pelos 1700 acessos!!

    até!!

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  2. Cara o Rodrigo tirou as palavras dos meus dedos, ontem a noite queria escrever algo sobre isso neste post, mas o que ele disse nessa frase "é tão dificil fazer com que você acredite naquilo que não pode ver" realmente tem todo sentido, vc não consegue ver, vc pode sentir a presença, eu por exemplo por anos não havia me dado conta, mas ultimamente como te falei tenho percebido uma energia diferente, ele te mostra os caminhos até mesmo os ruins o da decepção, mas em 1 segundo ele pode mudar tudo e mostrar coisas boas, sentimentos bons.
    Realmente é muito dificil te explicar só sentindo mesmo, quanto as pessoas que estão na favela e nordeste, acho que isso se deve a falta de oportunidade, não é que nós acreditamos em deus mais que elas, se fosse por isso as pessoas que vão a igreja já estariam ricos.

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